O ar estava tenso na sala subterrânea onde Sofia se encontrava. O brilho fraco das luzes fluorescentes refletia nos rostos dos membros da colónia, todos ansiosos para ouvir as novidades que ela tinha para compartilhar. Porém, à medida que falava, a sensação de alerta crescia dentro dela. Era uma reunião secreta, mas havia algo na expressão de alguns que não parecia certo. Um sussurro no fundo da sua mente dizia que não podia confiar em todos ali.
“Precisamos de agir rapidamente se quisermos recuperar a tecnologia antes que A Ordem a utilize contra nós,” disse Sofia, a voz firme e decidida. Todos a observavam, mas um homem de olhos frios, apressadamente, ergueu a mão.
“Concordo, mas e se estivermos a fazer o jogo deles?,” retrucou. Sofia não pôde deixar de sentir um arrepio. Ele não era um aliado, mas um espião. Enquanto tentava manter a calma, o seu olhar vagueou em direção à saída. Era como se o mundo estivesse a desmoronar à sua volta.
De repente, as portas da sala abriram-se com força, e um grupo encapuzado irrompeu. A Ordem. “Prendam-na!,” ordenou um dos líderes. O pânico instalou-se, e Sofia sentiu mãos a segurarem-na. Ela tentou lutar, mas estavam mais preparados do que esperava.
“Não! Não posso deixar que isto aconteça!,” gritou, mas as suas palavras foram abafadas pelo barulho dos passos apressados.
Confinada e sem opções, o desespero tomou conta dela. Contudo, na escuridão que a envolvia, surgiu uma luz. A porta, antes fechada, foi arrombada. Um homem forte e decidido apareceu, lutando contra os homens da Ordem como se o seu passado militar lhe tivesse conferido habilidades extraordinárias. Sofia reconheceu-o instantaneamente: Elias.
“Elias!,” exclamou ela, um misto de alívio e confusão a invadir a sua voz.
Elias, com o olhar determinado, dirigiu-se a ela. “Estás bem? Temos de sair daqui!” A sua presença era como um refúgio no caos. Ele começou a afastar os atacantes com precisão e força, criando uma abertura na sala.
Enquanto lutava, Elias lançou-lhe um olhar. “Fica perto de mim! Não te separes!” Sofia sentiu um novo impulso de esperança. Juntos, conseguiram abrir caminho até à saída, mas à medida que se afastavam, Elias hesitou por um momento. “Vamos! Não podemos parar!”
Finalmente, conseguiram escapar para a escuridão do túnel que levava para fora da sala. Sofia sentia a adrenalina a bombear nas veias, mas ao mesmo tempo uma preocupação a invadir o seu coração. “Por que estás aqui, Elias? Sabias que era uma armadilha?”
Ele virou-se, os olhos a brilhar com determinação. “Não tinha a certeza, mas não podia arriscar perder-te. A Ordem não vai parar por aqui. Sabes que eles estão à procura de ti, Sofia.”
Sofia engoliu em seco, percebendo a gravidade da situação. Há pouco, estivera a lutar pela sobrevivência da sua colónia; agora, sentia que a sua própria vida estava em perigo. “Precisamos de uma estratégia.”
“Concordo, mas antes precisamos de te manter a salvo,” respondeu Elias. No fundo, Sofia começou a confiar nele mais do que alguma vez imaginou. Havia algo de sensível no seu olhar, como se soubesse o peso da responsabilidade que ambos carregavam.
Mas no meio dessa confiança crescente, uma dúvida persistia. Como Elias poderia estar tão próximo deste problema, e qual seria o seu verdadeiro papel na luta contra A Ordem? A ligação entre eles era forte, mas o conhecimento que ele detinha poderia ser um risco.
Num instante, o destino tinha mudado, e Sofia percebeu que já não estava sozinha na sua luta, mas a que preço? Aquela noite ainda estava longe de acabar, e o verdadeiro jogo apenas começava.